Opinião e Artigos Política

A vacinação contra a Covid-19 no Brasil e como os cenários federal e estadual afetam a política em Vitória da Conquista 


Segundo a BBC News – Brasil, em matéria publicada em 23 de fevereiro de 2021, o atraso da vacinação no Brasil ocorreu por causa do cometimento de três erros:  

1º – O governo brasileiro não comprou vacinas em 2020, enquanto outros países como Chile, Colômbia, Reino Unido e integrantes da União Europeia negociaram a compra desses produtos quando estavam ainda em fase de testes; 

2º – A falta de definição sobre quem deveria receber vacina primeiro, dentro do grupo de prioridades, poderia ter mitigado as consequências da escassez de vacinas; 

3º – Falta de treinamento e orientação aos profissionais que administram a vacina. 

O governo federal não comprou vacinas em tempo hábil, apesar de ter recebido ofertas desde o ano passado. Não fez nenhum esforço para que o Consórcio Nordeste adquirisse vacinas russas. Também politizou a questão sob diversos aspectos. Em alguns momentos desdenhou da letalidade do vírus (gripezinha); apostou na “imunização de rebanho”; além de polemizar sobre a eficácia das vacinas, principalmente as de origem de países como Rússia e China. 

Aos estados da federação, coube garantir a logística de distribuição para os municípios. E, sobre essa distribuição nos estados, se não houve tanta repercussão quanto à eficiência, é porque o serviço não se apresentou tão ruim ou foi bom mesmo. 

Na Bahia, o governo do Estado reclama atualmente da falta de equidade do governo federal na distribuição das vacinas, conforme a proporção do número de habitantes. Segundo o governador, há um déficit de 900 mil doses. 

Aqui no “Sertão da Ressaca”, na Joia do Sertão Baiano, em plena manhã desta quarta (18), um vereador do Legislativo Municipal, vai à tribuna para tecer elogios ao presidente da República, porque, segundo ele, o titular do governo federal teria sido o responsável pela aquisição de todas as vacinas compradas para os brasileiros. Segundo ele, o governador da Bahia não comprou nada. 

Sobre isso o vereador tem certa razão. O governo federal comprou as vacinas, mas o fez com atraso, fazendo “corpo mole”. Logo, os resultados do seu trabalho devem ser aceitos. Inclusive as mortes que poderiam ser evitadas, se tivessem agido com esmero. Também deixou à revelia da burocracia as tentativas de compra de vacinas pelo Consórcio Nordeste, de maneira tal que a empresa russa teria desistido de vender a sua vacina para o Brasil. 

Mas, na mesma sessão desta quarta, uma vereadora da oposição ao governo municipal questionou a Secretaria Municipal de Saúde de Vitória da Conquista sobre o motivo que justifica o atraso na vacinação na cidade; pois, segundo a vereadora, diversos outros municípios encontram-se bem à frente, já vacinando os indivíduos na faixa de 20 anos. 

O público já deve ter percebido que a campanha do ano vindouro já começou na cidade. Isso é perceptível nos discursos dos vereadores locais. Críticas para uns, elogios para outros; não importando o vínculo político, quase tudo o que se fala tem vinculação à “campanha” para algum grupo ou pré-candidato nas próximas eleições. Quando não são as próprias candidaturas, fala-se com o objetivo de alavancar outras, em sua maioria de candidatos forasteiros. 

Diante desse entendimento, cabe o comentário: olhar para o movimento incessante das nuvens (política) é natural, desde que o olhar  não seja para procurar nuvens que tragam o melhor para si, somente, deixando o interesse da população à margem.

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