*Por Daniel Simurro
Brasil e Futebol sempre foram companheiros inseparáveis, parceiros da alegria, que teve na Copa de 70 o seu ápice monumental com a conquista do tricampeonato mundial pela geração de craques comandados pelo Rei Pelé, que fizeram história no México consagrando o jargão “País do Futebol”. Aquela geração, que substituiu a dor e a decepção da Copa de 50, tinha o prazer de estufar o peito e dizer que o Brasil era dono do melhor Futebol do mundo e, realmente era, porque aquele elenco era incomparável, com jogadas geniais e lances que ficarão eternizados no museu do futebol. Mas, como diz o ditado, quem vive de passado é museu, então, o Brasil continuou caminhando e, em 1982, formamos outro elenco fantástico, que tinha o maestro Zico e craques do “naipe” de Falcão, Sócrates, Júnior e tantos outros, mas, quis o destino que sofrêssemos o segundo desastre da história da seleção, na derrota injusta e cruel para a Itália de Paulo Rossi. Comandados pelo brilhante e inesquecível Telê Santana, a seleção que encantou o mundo novamente, acabou sofrendo um revés inesperado, mas, mesmo assim, continuamos a ser chamados de País do Futebol. Veio 86 e a França tirou o sonho do Tetra; veio 90 e Caniggia liquidou de novo o sonho de uma seleção que deixou muito a desejar comandada por Lazaroni; então veio 94, e quando ninguém tinha muitas esperanças, o time do baixinho Romário e do incansável Bebeto e de San Taffarel, trouxe a honra de volta e o sonho do Tetra se tornou realidade com a conquista do título no E.U.A. Animados fomos para a França e chegamos a final, mas a história presenciou outra página triste para a seleção canarinho, que perdeu a final para Zidane e companhia. Mas continuávamos sendo o País do Futebol e, vindo 2002, confirmamos de forma magistral isso com a conquista do Penta, com um time que tinha os “Rs” Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Robinho, Ricardinho. Foi uma conquista memorável que não deixou dúvidas que erámos mesmo o País do Futebol, já que nenhum time do planeta tinha conquista do a Copa do Mundo por 5 vezes. Veio 2006 e a Itália conquista o Tri, veio 2010 e a Espanha mostrou para o mundo uma nova forma de jogar, o “Tic Taca” e levou pela primeira vez o título mundial, mostrando que algumas mudanças estavam ocorrendo no “mundo da bola”, principalmente na parte tática. Veio 2014, e a Copa do Mundo seria realizada no Brasil, e, no entusiasmo dos 200 milhões de torcedores, continuaríamos sendo o País do Futebol, já que quase ninguém imaginava que a Seleção poderia perder a Copa em seus próprios domínios. Com um time apenas com um único craque, o irreverente Neymar Jr., Felipão e os seus comandados tinham a missão de conquistar o Hexa, mas, quiseram os “deuses do futebol” que isso não acontecesse e, de forma trágica, no fatídico 08 de julho, o Brasil acabou sofrendo a sua pior humilhação esportiva ao longo da história ao engolir um gigante “Chucrute” ao tomar uma goleada inacreditável por 7X1. A dimensão desta “tragédia” pode ser maior do que da Copa de 50, já que a mídia “endeusou” quem não eram “deuses” e quis somente tirar o proveito mercadológico da competição. A inferioridade do time de Felipão ficou flagrante em apenas 29 minutos, onde os alemães, mostraram que fizeram uma reengenharia ao futebol, dando uma nova cara tática, tendo o basquete como referência, o que ficou provado no primeiro gol de Muller. Foi realmente uma tragédia, que comprovou que paramos no tempo, que continuamos jogando como há 20 anos atrás, com um centroavante que nem pegou na bola, enquanto os alemães mostraram uma grande evolução e deram um show de competência diante de uma seleção “neymardependente” que, agora, vai precisar se internar numa “clínica de reabilitação” para poder seguir nos novos rumos do futebol moderno. Que fique a lição, mesmo diante da dor e da decepção. Que essa geração de pequeninos do #JogaPraMim, que nunca viram o Brasil ser campeão, que acabaram sendo os que mais sofreram, possam criar a consciência de que Futebol é apenas um Esporte e, vencer ou perder faz parte do roteiro. Então, diante desta tragédia do “Minerazo” fica uma pergunta no ar: Será que ainda continuaremos sendo o País do Futebol? Será que ainda seremos a “Pátria de Chuteiras”, ou vamos seguir outros caminhos e podermos ser também o País da Educação, da Saúde, da Paz, da Ordem e do Progresso que estão estampados em nossa Bandeira? Uma coisa é certa, a nossa Alegria ninguém vai tirar, porque como bons brasileiros não desistimos nunca. #AvanteBrasil