Política

Câmara realiza audiência pública em homenagem a poetisa Maria Dagmar

Evento proposto pelo vereador Fernando Vasconcelos em parceria com a Casa da Cultura, destacou a vida e a obra da escritora

A Câmara Municipal de Vitória a Conquista (CMVC) realizou audiência pública em homenagem a poetisa Maria Dagmar da Silva Ferreira, na noite dessa quarta (16). A mesa foi presidida pelo vereador, autor do requerimento, Fernando Vasconcelos (PT) e foi composta pelo presidente da Casa da Cultura, escritor e membro da Academia Conquistense de Letras, Carlos Jeovah de Brito Leite; a contadora, professora, diretora de artes e cultura da Casa da Cultura, representante das escolas estaduais Adélia Teixeira e Colégio Modelo, Maria das Graças Rodrigues Santana Silveira; representando os colegas e amigos do cartório, Gildo Matos; escritora e representante da família de Maria Dagmar, declamadora e integrante da Academia Conquistense de Letras, Solange Sala; a idealizadora da audiência e membro da Academia Conquistense de Letras e vice-presidente da Casa da Cultura, advogada e professora, Poliana Policarpo de Magalhães Aguiar; o professor, coronel na reserva da Polícia Militar, membro da Academia Conquistense de Letras e representando o deputado estadual Herzem Gusmão (PMDB), Esmeraldino Correia; e o Chefe de Gabinete Civil, representando o prefeito municipal Guilherme  Menezes (PT), Márcio Higino Meira de Melo.

O vereador Fernando Vasconcelos explicou que a audiência, em parceria com a Casa da Cultura é uma “homenagem a pessoas que dedicaram suas vidas a arte e a cultura”. Enfatizou que se trata de “compromisso e responsabilidade que temos com a arte e a literatura”. Pediu para que os jovens presentes divulguem e comentem nas redes sociais.

O parlamentar justificou as ausências do advogado, professor, diretor da Faculdade Independente do Nordeste (Fainor), membro da Academia Conquistense de Letras, Edgard Larry Andrade Soares, em virtude da visita de uma comissão do Ministério da Educação (MEC) na instituição de ensino, e do advogado Ruy Medeiros, que enviou uma carta para o Plenário, dizendo que não estaria presente em virtude de participar de evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em sua correspondência, Dr. Ruy escreveu que “Maria Dagmar fez de sua própria vida uma obra de arte”.

Poliana Policarpo de Magalhães Aguiar, membro da Academia Conquistense de Letras agradeceu a oportunidade de poder homenagear “uma mulher adiante do seu tempo”.  Ela apresentou um slide contando a vida de Maria Dagmar e disse que falar de Dagmar é fácil: “Uma pessoa serena, dócil. O nosso objetivo e trazer a história e identidade social de Maria Dagmar” – completou. Poliana contou que “a poetisa Maria Dagmar vivia sintonizada com a doutrina espírita de onde retirava a força de sua fé”. Foi fundadora do distrito de Bate-pé, ao lado de Ney Ferreira (seu esposo), e foi presidente do Centro Humberto de Campos, membro da Academia Conquistense de Letras e “fervorosa defensora dos direitos humanos” – completou.

A professora Maria das Graças Rodrigues Santana Silveira destacou a trajetória de contribuições da poetisa para o município. “Maria Dagmar pertence, sem dúvida, a essa plêiade de literatos e de administradores públicos de excelência, que vêm deixando marcas indeléveis no diversificado mundo da administração pública, e da literatura em nossa terra”, disse. Maria das Graças acredita que a vida da homenageada é um exemplo para as novas gerações. “Consciente da importância desta homenagem, e do seu exemplo fecundo para as novas gerações, tive por bem trazer para esta solenidade um grupo de alunos do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães e Adélia Teixeira”, detalhou.

O presidente da Casa da Cultura, Carlos Jeovah de Brito Leite, não fez uso da palavra em razão da emoção. O estudante de administração da Fainor, Rodrigo de Brito Santos, fez a leitura de um texto da autoria de Carlos Jeovah, em homenagem a Maria Dagmar, com o título “Havia de ser uma grande mulher”. Destacou que a escritora “arrebatou a poesia da ternura e do amor ao próximo. Aprendeu a trabalhar com o canto da liberdade e amenizar a dor dos infelizes”. Professava ideais libertários e persuadia a juventude a lutar por uma pátria livre de despotismo de violência. “Dagmar falou no dialeto divertido da caatinga sobre a expectativa de uma mãe que carrega um filho na barriga e o espera saltar dentro da vida para se juntar ao rebanho de Deus”. Concluiu que “um dia, nas asas artesanais dos versos e guiada pelo ‘Diagrama dos Rumos’, foi tocar ‘A Lira da Tenda’, em outras terras, desenhada em silêncios no território dos céus”.

Esmeraldino Correia, representando o Deputado Herzem Gusmão, começou sua fala homenageando os filhos e familiares de Maria Dagmar e se declarou emocionado: “Como laços familiares, tinha meu avô Vitório, que foi juíz de paz do Iguá, tinha uma especial atenção com Dagmar e Ney Ferreira e na parte profissional, ela quem leu o parecer da minha entrada na academia Conquistense de Letras” – explicou. Ele descreveu Dagmar com duas palavras: “sensibilidade e humanismo” e concluiu dizendo que ela tinha o coração aberto, humano e afetuoso”.

Para o representante do Centro Espírita Humberto de Campos, Humberto Alves, é difícil falar, em poucas palavras, de uma grande alma. Ele e Maria Dagmar foram colegas de trabalho. “Eu a conheci razoavelmente bem, os seus feitos foram notáveis”, disse. Campos lembrou que a artista era bastante interessada na vida das pessoas que moravam em roças e relatou alguns episódios curiosos vivenciados por Maria Dagmar. Ela atuou em cartório de registro civil e observando a criatividade dos pais na escolha dos nomes de seus filhos, acabou elaborando um glossário de nomes considerados estrambólicos. A poetisa, curiosa, buscava saber a origem de escolhas tão inusitadas para nomes.

Representando o prefeito Guilherme Menezes (PT), o chefe de gabinete civil, Márcio Higino Meira de Melo, disse que Maria Dagmar foi “uma personalidade das mais singulares que fez pouso em Vitória da Conquista”. Destacou o sentimento universalista e que ela foi fiel discípula de Alan Kardec. “Portadora de sabedoria, serenidade e tranquilidade que espantava todos nós. Sempre conduziu com serenidade o barco de sua vida e suas decisões”. Márcio afirmou que conviveu com Dagmar no Centro Espírita Humberto de Campos. “No momento em que assumi a responsabilidade da presidência, tive nela uma âncora, uma conselheira”. Relembrou sua alma generosa tanto na atividade profissional, e a todos quantos socorria e orientava. “Levava palavras de conforto, sempre respeitando o credo de cada um”. Finalizou deixando os cumprimentos do Prefeito a toda família e a todos que participam dessa homenagem.

Solange Sala , representou a família de Maria Dagmar durante a sessão, em sua fala, lembrou da importância da amizade e relatou que tudo começou de uma forma incomum: “pedi a Tatiana, que me ouvisse declamar uma poesia de Castro Alves, ela, com sensibilidade e alma de poeta, ouviu-me e sugeriu que eu procurasse sua mãe Maria Dagmar, que poderia emitir um parecer mais criterioso. Assim surgiu nossa amizade”. E finalizou relatando que foi testemunha do grandioso trabalho realizado por Dagmar no Fórum João Mangabeira. “Dagmar tratando com ternura e bondade nossos pobres e excluídos irmãos” – finalizou.

O representante dos colegas e amigos do cartório, Gildo Matos, abriu mão de sua fala para exibição de um vídeo de homenagem dos cartórios para Maria Dagmar.  *Ascom CMVC

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