Polícia rastreou celular de ex-ministro e, com base na delação de Lúcio Funaro, refez o caminho até onde teria sido feita a entrega de dinheiro
A Polícia Federal rastreou o celular do ex-ministro Geddel Vieira Lima, do MDB, e descobriu que ele esteve no local apontado por um delator como ponto de entrega de propina.
A Polícia Federal detalhou como Lúcio Funaro, operador do MDB, distribuiu quantias milionárias. A Operação Cui Bono investiga se empresários foram favorecidos com empréstimos em troca de propina a políticos e ex-dirigentes da Caixa Econômica Federal.
Com base em informações da delação de Funaro, a PF refez o caminho até onde teria sido feita a entrega do dinheiro. A investigação rastreou a localização do ex-ministro Geddel Vieira Lima pelo celular dele nas datas de pagamento de propina apontadas por Funaro.
Quando Geddel fazia ligações, o aparelho mandava sinais para a torre de telefonia próxima; a PF acessou os dados sobre o número de Geddel e descobriu que ele estava perto de um hangar no aeroporto de Salvador, onde Funaro disse que levava malas de dinheiro em um jatinho para entregar em mãos a Geddel.
A PF diz: “No dia 27 de fevereiro de 2014, Geddel estava nas proximidades do aeroporto às 9h28. Funaro também estava ali quase no mesmo horário, 9h24. O avião ficou no hangar por apenas 25 minutos. Funaro diz que entregou R$ 500 mil a Geddel”. A PF afirma que isso “reforça os registros telefônicos e contábeis e o relato de Funaro sobre a entrega de propina”.
Há indícios de que Geddel recebeu quase R$ 17 milhões entre 2012 e 2015 de empresários investigados.
Ele está preso na Papuda por outro episódio: o da descoberta de R$ 51 milhões escondidos em um apartamento em Salvador.
*G1