As embalagens geralmente são encaradas como problema ecológico, mas pesquisadores da UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais, conseguiram criar uma que pode ajudar a descontaminar vegetais.
Na verdade, trata-se de um revestimento de espuma à base de poliuretano capaz de absorver resíduos agrotóxicos dos alimentos e da água.
O poliuretano é um tipo de plástico usado em esponjas e isolantes térmicos ou acústicos, por exemplo.
A versão com propriedade descontaminante foi desenvolvida a partir de resíduos da indústria petroquímica e componentes naturais, como óleo de mamona.
O produto interage apenas com o pesticida, sem interferir nos nutrientes das frutas e verduras.
Segundo o estudo, com a imersão da espuma em meio aquoso foi possível extrair contaminantes e ainda recuperar o material para nova utilização.
Foram testados alguns grupos de agrotóxico usados com mais frequência.
Quem conta o resultado é o professor do Laboratório de Engenharia de Polímeros da UFMG Rodrigo Orétice.
“A gente não testou todos porque na verdade são muitos. Nós testamos então três, que representariam grandes grupos e aí esses três deram resultados positivos”.
A intenção dos pesquisadores é de que a espuma faça parte de embalagens usadas em supermercados.
“A gente está falando de um material, do ponto de vista de segurança de disponibilização para o setor produtivo, já bastante encaminhado. A gente teria então uma embalagem, conteria essa espuma pra armazenar alimentos, no transporte, até no supermercado, onde a gente em alguns momentos tem que utilizar algum tipo de embalagem para selecionar as frutas, legumes etc.”.
Outra possibilidade é o desenvolvimento de um tipo de filme plástico capaz de detectar e absorver restos de contaminantes ao ser utilizado para envolver uma fruta, por exemplo.
*Agência Brasil