Com maioria incontestável dos votos válidos, o atual prefeito foi reeleito neste domingo (29), de forma surpreendente. A sua coligação obteve tamanho sucesso com a quantidade de votos alcançados que (acredito) nem eles esperavam tanto.
Ouvi um ex-vereador da ala centro esquerda explicar com um breve histórico como foi construída a vitória do MDB na cidade:
Herzem teve espaço e construiu a reeleição, baseando-se nesses argumentos:
1º. Atribuiu ao ex-prefeito Guilherme culpa porque comprou uma usina de asfalto nova e não a usou imediatamente para fazer a campanha anterior de Zé Raimundo; deixou a prefeitura com as contas sanadas, em condições de contrair empréstimos, como aconteceu quando captaram os recursos do Finisa I e II; entregou projetos prontos e recursos de obras a serem feitas e/ou terminadas sem usar antes daquele pleito (Olívia Flores, Perimetral, terminal de ônibus etc);
2º. Os vereadores de oposição presentearam o prefeito com a aprovação do Finisa I e II; fizeram vistas grossas a desmandos do prefeito; não fiscalizaram a invasão das vãs, permitindo a destruição do sistema de transporte coletivo;
3º. As lideranças do PT não atentaram para o crescimento do conservadorismo (bolsonariano), quando a votação do presidente Bolsonaro foi de 70 mil votos na cidade; demandaram muito mais esforço em fazer vereadores do que trabalhar para alcançar o executivo municipal; e erraram na estratégia do debate;
Considerando a atitude ética de preservar o uso da máquina para se manter no poder como ingenuidade, todos esses argumentos estão corretos.
Poderia concluir, então, que assistimos a um pleito eleitoral justo.
Mas não é assim que penso. Vivemos em uma sociedade cuja ordem deve ser mantida pela obediência a regras, e penso que segui-las é o melhor. Se há necessidade de mudança no ordenamento, então há que se lutar pela mudança na via democrática. Também entendo que chegar ao poder sem passar por atalhos nos traz dignidade. Vitória na política é quando se obtém benefício para o povo (ESSE É O OBJETIVO). A esquerda em Conquista poderá demonstrar isso se fizer oposição responsável e ética, fiscalizando, sem que um ou outro se venda pela esmola da realização de emendas obrigatórias ou não.
