Não é de hoje que decisões tomadas nas câmaras legislativas dos três entes federativos, quando votam certos projetos, resultam na opressão, sufocamento ou asfixia dos cidadãos da República.
Nesta semana a Câmara dos Deputados, em Brasília, votou favoravelmente à PEC dos Precatórios. De forma bem simplificada a proposta importa na ampliação de possíveis gastos do governo federal em pelo menos R$ 83 bilhões para 2022. Para resumir e ir direto ao ponto, o que governistas e os fisiologistas defendem são os dividendos políticos que esse recurso a mais poderá oferecer para cada um, considerando que haverá eleições no ano que vem. Possivelmente o presidente Jair Messias Bolsonaro tentará a reeleição. Esse recurso viabilizará o fInanciamento do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, de R$ 400,00. A oposição entende que pode ocorrer o uso político (eleitoreiro) dos recursos.
Cabe, entretanto, esclarecer que o problema não está na despesa com auxílio às famílias vulneráveis, principalmente devido aos efeitos da Covid-19, que perseguirá o brasileiro por um bom tempo, mas na forma de financiamento e o seu custo a médio e longo prazos.
Os economistas falam em demandada de investimentos do país, como consequência da desconfiança que o próprio governo provoca quando cria mecanismos que aumentam os gastos públicos, em um cenário de alta da inflação, aumento dos juros, baixo crescimento da economia, redução de investimento na educação e desenvolvimento de tecnologia e ciência.
De certa forma, este cenário federal nos faz pensar que as coisas da política conquistense não estão muito diferentes, pois o que se vê no Parlamento local é vereador cobrando pavimentação de ruas, outros estimulam a “mineração” de recursos para financiar estas obras com coligados do estado e da federação, outros agradecem alguns benefícios como manutenção, limpeza, revitalizações, etc. Entretanto, a conversa que corre há algum tempo é sobre a escassez de recursos que sobreveio sobre os cofres da prefeitura. Não é à toa que os gabinetes de deputados, senadores e ministros em Brasília passaram por uma elevação no número de visitas de políticos da preciosa Joia do Sertão à procura de recursos.
Como explicar esse fenômeno, então? Muito simples, (sem entrar no mérito) os vereadores aprovaram a proposta da gestão anterior de elevar a dívida municipal com empréstimos bem grandes. Isso comprometeu o caixa do município. Esse endividamento, permitiu que o gestor anterior despejasse sobre as ruas da cidade uma montanha de dinheiro em obras, às vésperas do pleito eleitoral em que ele concorreria à reeleição. Também, como afirmou um jornalista local, esclarecendo que tem provas, sobre a realização de promessas de obras que seriam realizadas no período pós-eleitoral – mas que não foram, caso vencessem as eleições. E agora, a prefeita terá que empurrar a sua gestão no aperto orçamentário. A não ser que algo ocorra, descobrindo-se uma fonte de recursos inesperada.