Obras devem atentar a uma série de cálculos e estudos que ajudam na prevenção a desastres naturais, aponta especialista.
Eventos extremos, como chuvas intensas, trazem a necessidade de inovação em diversas áreas, principalmente nas obras de infraestrutura urbana. Para se adaptar a essas modificações climáticas e também para que as estruturas consigam suportar as forças da natureza.
Com base nesse cenário atual, uma pesquisa realizada pela UFV Universidade Federal de Viçosa, aponta que obras de infraestrutura urbana que não tiverem seus cálculos estruturais adaptados com a mudança da frequência do excesso de chuvas podem comprometer a segurança.
O artigo foi conduzido pela pesquisadora da Universidade e engenheira civil com registro ativo no CREA Minas, Bianca Cortez. Segundo a pesquisa, os engenheiros geralmente planejam as obras de infraestrutura usando dados estacionários, ou seja, dados de séries históricas, considerando que eles constituem um padrão de condições climáticas.
A metodologia desenvolvida pela uf v. Proponho uma base de cálculo diferente que contempla as mudanças climáticas, como explica Bianca Cortez.
Conseguimos mostrar que 17,5% da área de estudo, no caso o Brasil, tem a precipitação máxima diárianão estacionária no período histórico.
E que negligenciar essa não estacionária idade na maior parte dessa área, subestima as magnitudes dos eventos de precipitação máxima diária e isso para todos os períodos de retorno, como de 5 10, 25, 50 e 100 anos. Além disso, considerando a não estacionariaedade, nós verificamos que a precipitação máxima diária ela pode aumentar em pelo menos 90% do território nacional no futuro. Isso, independente do cenário climático avaliado.
A pesquisa apresenta cálculos capazes de prever as tendências ao longo do tempo e também identificam problemas em obras que já foram realizadadas e que podem estar com as suas estruturas comprometidas com as tempestades que irão aparecer. Em pouco tempo. Bianca Cortez destaca ainda que estudos como estes são importantes para desenvolver melhores soluções técnicas para problemas que afetam diretamente a sociedade.
E é por esse motivo que ela defende que o poder público deve ficar atento às pesquisas desenvolvidas, as universidades.
Os projetos científicos executados nas universidades possibilitam a garantia de qualidade de vida e segurança da sociedade, em especial considerando a população mais vulnerável e com menor capacidade de adaptação, como aquelas que estão morando em áreas de risco geológico geotécnico, como encostas de Morros, margens de Rio, é regiões com altos declives, uma vez que o poder público se atente às informações geradas pelas pesquisas para embasar e direcionar a forma de utilização dos recursos públicos. É possível que tenhamos soluções técnicas mais eficazes e até mais econômicas para a população.
A pesquisa segue em andamento e a metodologia proposta está disponível de forma gratuita no site climapfv.br reportagem.