Por Paulo Nunes
Ação no dia do encontro entre Moraes e o ministro da Defesa e a inclusão de Luciano Hang no rol de investigados aumentam a revolta do entorno de Bolsonaro. O Palácio do Planalto reagiu com “irritação”, segundo Andréia Sadi, do g1, à operação deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (23) contra empresários que, em um grupo de WhatsApp, defenderam um golpe de Estado no Brasil caso o ex-presidente Lula (PT) vença a eleição.
A operação partiu de uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou buscas e apreensões, o bloqueio das contas bancárias dos empresários, o bloqueio das contas dos investigados nas redes sociais, a tomada de depoimentos e quebra de seus sigilos bancários.
Dois fatores aumentaram a revolta do Planalto com a operação: 1) ela acontece no mesmo dia em que Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se reunirá com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; 2) a inclusão de Luciano Hang, dono das lojas Havan e aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro (PL), no rol de investigados foi vista como “provocação”.
Posicionamento de Luciano Hang sobre busca e apreensão
O empresário Luciano Hang foi surpreendido na manhã de hoje com um mandado de busca e apreensão expedido pelo Ministro do STF, Alexandre de Moraes. Luciano estava trabalhando em sua empresa, às 6h da manhã, quando a Polícia Federal o abordou e recolheu seu telefone celular.
O inquérito foi cumprido por causa da matéria publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, no dia 17/08, com o título: “Exclusivo. Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado caso Lula seja eleito; veja zaps”. O empresário reafirma que a matéria foi irresponsável e não retratou a verdade. “Eu nunca falei de STF ou de golpe. O jornalista, de forma leviana e sensacionalista, usou trechos desconexos de conversas e a tirou de contexto”, afirma. A fala de Luciano no grupo Empresários & Política foi a seguinte: “Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos”, disse se referindo aos políticos conhecidos e que estão há décadas no poder. A mensagem de Luciano foi uma resposta à fala do empresário Roberto Mota, que falava sobre eleições e não sobre poderes.