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A questão não é de quem é a culpa! E o esforço deve estar em resolver os problemas enfrentados pela população.

Esgoto jogado na rede de captação de água das chuvas

Existe um jogo de empurra-empurra entre o poder público municipal e a concessionária de distribuição de água tratada e de coleta e tratamento de esgoto. Mas para entender um pouco mais a respeito do que o cidadão comum sofre com alguns problemas cuja responsabilidade ambos (concessionária e prefeitura) jogam um para o outro, é preciso resgatar um pouco da história. Entre as décadas de 80 e 90, iniciou-se na sede do município a ampliação do serviço de esgotamento sanitário. Em consequência disso, diversos bairros já beneficiados com pavimentação asfáltica e/ou outros tipos de pavimento passaram por um tipo de intervenção em que as vias e calçadas sofriam um corte para escavação até o nível onde a tubulação de esgoto iria ser fixada. O resultado disso todos sabem. Praticamente todas as ruas de diversos bairros (alguns calçamentos eram bem recentes) ficaram danificadas, porque quando se danifica o pavimento asfáltico, por exemplo, por mais perfeita que seja a reparação, nunca fica igual ao original. E nesses locais onde ficam os remendos se tornam sempre mais vulneráveis à deterioração.

A partir daí, impregnou-se no inconsciente coletivo a ideia de que a concessionária era destruidora das ruas de Vitória da Conquista. É certo que em muitos locais o serviço de restauração do pavimento fica a desejar e os problemas começam a aparecer.

Entretanto, o assunto tem complexidade maior que essa discussão infrutífera. E também ultrapassa a mera troca de farpas entre a prefeitura e a concessionária. Ambos têm a sua parcela de culpa em algum aspecto, inclusive a população. Aqueles, para começar, deveriam estar sentados à procura de soluções para resolver e ajustar o que é preciso para tornar os serviços melhores, mas por questões de cunho político (explicação abaixo) ficam trocando acusações em público. Isso não interessa! O papel de cada um é fazer o seu trabalho de maneira que os serviços pagos pelo povo sejam bons. Quanto à culpa do cidadão comum, essa está relacionada à falta de consciência coletiva e uso responsável daquilo que é oferecido ao munícipe. Quando, deliberadamente o cidadão não se importa em despejar na rede de esgoto quantidades enormes de gordura, produtos cujo resultado é a contaminação das águas e obstrução das redes, torna-se responsável pelos danos causados quando há obstrução da rede devido a este tipo de comportamento. Quando, havendo condições viáveis de canalização das águas de chuvas para as via públicas, o indivíduo, por qualquer motivo, prefere despejar tudo na rede de esgoto, também torna-se culpado; e por aí vai.

As questões de cunho político são amplas e não são de agora. Investimentos foram feitos pelo governo do estado e há obras de infraestrutura em andamento, mas em ritmo slow motion. Isso, por si só, incomoda a opinião pública. E o fato de a concessionária ser controlada pelo governo do estado incomoda muito os agentes do governo municipal. E ambos pertencem a grupos políticos com interesses divergentes. Então, o que se vê no momento, está mais relacionado à condição política dos seus agentes. O governo estadual acaba por exercer influência no município e na região, aproveitando os dividendos políticos das ações de saneamento público. Quem comanda a administração pública por aqui fica impedido de obter qualquer vantagem política, então, quando surgem supostas falhas (ou não) na prestação dos serviços, parecem aproveitar a situação de aparente desgaste da concessionária, com o objetivo de atingir quem se opõe ao grupo político que está no poder no município.

Simples assim!

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