Em meio à greve dos rodoviários o Conselho de Transporte de Vitória da Conquista decide pelo reajuste da tarifa que passará de R$ 2,40 para R$ 2,80. A decisão não foi motivada diretamente pelas exigências dos rodoviários, que estão em greve parcial, mas evidencia a necessidade de cobranças mais contundentes às empresas de transporte, principalmente à Viação Vitória, a qual tem sido alvo de críticas por não cumprir obrigações contratuais com o município.
Diante da situação delicada que se encontra o transporte coletivo, o que não pode ser admitido é o uso “político” destrutivo para beneficiar os insatisfeitos com a atual administração.
Foram várias tentativas até que a licitação do transporte coletivo pudesse ocorrer. Uma das empresas que já atuava no sistema, a Viação Vitória, permaneceu. A Cidade Verde, ligada a um grande grupo da área de transportes, chegou ao município investindo mais de R$ 50 milhões com veículos novos e uma estrutura montada do zero. Diferente da Vitória, empresa que não tem honrado a contento exigências contratuais, entre eles estão a demora na instalação dos abrigos, de adequação da frota e o atraso no pagamento da outorga. Valor este que será destinado para melhorias do transporte, a exemplo das modificações e reformas no terminal da Lauro de Freitas, ou seja, a população está sofrendo com as falhas da Viação Vitória. Já os problemas atribuídos à Cidade Verde, são mais direcionados a uma queda de braço entre os rodoviários e a empresa, conflito que, ao que tudo indica, só será sanado com a intervenção da Justiça.
Diante dos fatos, a administração Municipal enfrenta dois problemas extremamente complexos. De um lado a Cidade Verde requisitava o reajuste conforme o contrato, após cumprimento de determinadas metas. Do contrário a empresa arrumaria as malas e bateria em retirada, sem blefes. Mas, a Viação Vitória estaria amarrando a decisão por tal reajuste, pois não teria cumprido com as metas contratuais. É lógico que uma empresa não pode ser prejudicada em detrimento de outra, porém a população não pode ficar a mercê de um CNPJ. Entretanto, segundo apurou o Blitz Conquista, o Governo Municipal já ajuizou uma ação contra a Vitória, isso significa que estamos nas mãos da Justiça.
De fato, é sabido que a tarifa, por mais onerosa que seja, mesmo que não desejemos, mas cedo ou mais tarde seria reajustada. Todavia, a Administração Municipal enfrenta o fogo “mui amigo” dos escorados no Governo, o cisco no olho, que ignora a complexidade da situação e desvia o foco da discussão.
Bom seria se o transporte público fosse gratuito, infelizmente não é.
Pelo decorrer das últimas discussões, debates e manifestações estão evidente que o problema não está no reajuste da tarifa, mas na queda de braço entre empresas e rodoviários, na falta de compromisso de uma das empresas, na lentidão da Justiça, na oposição de alguns situacionistas e na falta de informação dos usuários do transporte.
Vale ressaltar que o usuário do Sistema Municipal de Transporte tem a maior arma contra o mau serviço prestado pelas empresas: o telefone. É importante ligar para a ouvidoria e informar atrasos nas linhas e outras falhas no serviço prestado para que o Governo Municipal tenha controle das falhas e exija com maior rigor que as empresas tenham excelência no atendimento ao usuário.
De acordo com o site da Prefeitura, não restou ao município outra alternativa a não ser definir um novo valor para a tarifa para que o sistema se mantenha saudável, apresentando crescimento constante e oferecendo novas melhorias aos usuários.
“Todos os dados foram mostrados aos conselheiros. Há uma necessidade de reajuste tarifário porque é preciso que haja um equilíbrio econômico e financeiro no sistema de transporte coletivo, sobretudo para possibilitar novas melhorias”, explicou o presidente do conselho, o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Luis Alberto Sellmann.
O novo valor, R$ 2,80, foi aprovado por 13 votos a 4, além de 3 abstenções. O reajuste será encaminhado à Administração Municipal, que se encarregará de decidir a partir de quando a nova tarifa entrará em vigor.
“Estamos lutando para que o nosso sistema de transporte seja equilibrado economicamente e saudável, de forma que possa crescer diante das demandas da nossa população”, concluiu Sellmann.
O Conselho Municipal de Transportes Públicos é composto por representantes do Poder Público Municipal e da sociedade civil, a exemplo, dos estudantes.
*Por Frarlei Nascimento/Blitz Conquista com informações complementares da Secom