Por Luís Rogério Cosme – Muitos só enxergaram coisas feias… Contudo vi coisas melhores. Eu vi, por exemplo, um grupo de 5 pessoas correndo atrás de assinaturas para a moção mais corajosa e oportuna que essa Conferência aprovou com plena licença de quase dois mil delegados pedindo o afastamento de um gestor que representa um projeto contrário ao SUS. Eu vi o representante do governo baiano emparedar um delegado e conselheiro estadual de saúde num canto para que ele negasse a sua consciência e este delegado não fez isso, mantendo-se firme na defesa de seus princípios e do SUS. Eu vi duas mulheres do CEAPLER, mesmo fora do palco e do holofote principal, militando honradamente pelas bandeiras que o nosso governo de esquerda tentou rasgar. Eu vi um número imenso de cidadãos resistir a todo tipo de desconforto e se manter de pé com o crachá em riste contra a privatização da saúde na Bahia e no Brasil, e a favor da saúde como direito de todos e dever do Estado. Eu vi uma tenda (Maria Felipa) armada de coragem e amor ao que é belo,poético, solidário, servindo de espaço ao pensamento crítico, politizado e emancipador que nutriu de fulgor almas de muitos desanimados e céticos quanto ao SUS. Eu vi muita gente zangada, gemente, queixosa… Eu vi opressores… Oportunistas criando falsos incêndios para posarem de bombeiros… Mas eu vi centenas que fizeram, com menor ou maior capacidade, a necessária diferença em favor do coletivo. Eu vi uma luta, o conflito de classes na saúde. Eu vi a cor cinzenta do analfabetismo político, mas também vi mudos e surdos falando e ouvindo pelos dutos da cidadania. Vi cadeirantes caminhando e cantando e seguindo a canção. Eu vi tanta coisa que os críticos bem intencionados não viram na 9 CONFERÊNCIA da Bahia… Sim… Eu vi a vitória do sonho e dos sonhadores no final. *Luis Rogério Cosme. Delegado Usuário. Vitória da Conquista
