Cotidiano

São Silvestre: conheça a história da mais tradicional corrida de rua do país

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A Corrida Internacional de São Silvestre nasceu em São Paulo, em 1925, idealizada pelo jornalista Cásper Líbero. A inspiração veio de uma corrida noturna francesa de 1924, em que os competidores carregavam tochas de fogo durante o percurso. A prova, considerada a mais tradicional e importante do gênero na América Latina, terá sua 91ª edição no dia 31 de dezembro e vai ficando cada vez mais forte.

[quote]O nome da corrida é uma homenagem ao santo festejado pelos católicos no último dia do ano: São Silvestre, que foi papa e governou a Igreja Católica de 314 a 355.E[/quote]

Na primeira vez em que foi disputado, o evento contou com 60 inscritos, sendo que 48 compareceram e apenas 37 se classificaram. Na época, o trajeto era de oito quilômetros e a largada era dada em plena noite de Reveillón. Entre 1925, ano de sua criação, e 1944, foi disputada apenas por brasileiros. Nos dias de hoje, cerca de 30 mil pessoas de diversos países cumprem um percurso de 15 quilômetros, que agora acontece pela manhã.

Corrida de São Silvestre

A partir de 1945, com o fim da guerra, a São Silvestre passou a contar com a participação de estrangeiros convidados provenientes de outros países da América do Sul. Dois anos depois, os organizadores passaram a permitir corredores do mundo todo. Após a abertura da prova para a participação internacional, os maiores ganhadores entre os homens foram os quenianos, com 14 vitórias. Em seguida vem os brasileiros, que venceram 11 vezes, seguidos pela Bélgica e Colômbia, com seis campeões, cada um.

A mudança do horário de início da corrida, que passou a ser realizada durante o dia de 1988 em diante, aconteceu para cumprir as determinações da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). Realizada em grande parte pelo centro da cidade, a São Silvestre já teve vários percursos e distâncias diferentes. A distância a ser percorrida foi definitivamente fixada em 15km em 1991, atendendo ao mínimo exigido pelas regras oficiais. Em 1989, a São Silvestre foi oficialmente reconhecida e incluída no calendário internacional da IAAF.

A largada para o percurso de oito quilômetros, em 1925, acontecia no Parque Trianon, com chegada na Ponte Pequena. Já este ano, a largada para o percurso de 15 km será na Avenida Paulista, altura da rua Frei Caneca, e a chegada será em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero, no número 900 da Paulista. O pelotão de elite feminino terá a largada às 8h40. Logo em seguida, às 9h, será a vez do pelotão de elite masculino, e atletas em geral. Cadeirantes largarão às 8h e demais atletas com deficiência às 9h.

Conheça o percurso atual da prova (atenção: o trajeto ainda está sujeito a pequenos ajustes):

Desde 1975, a corrida passou a ser mista, quando a participação oficial das mulheres foi autorizada. A primeira campeã foi a alemã Christa Valensieck, que repetiu o feito também em 1976. As mulheres quenianas também somam o maior número de vitórias entre as corredoras, com 11 vitórias. Portugal conseguiu 7 vitórias, seguido pelo Brasil com cinco.

O maior vencedor e recordista da prova, até hoje, é o queniano Paul Tergat, com cinco vitórias. Entre as mulheres, a portuguesa Rosa Mota enfileirou seis vitórias consecutivas nos anos 1980 e é a maior vencedora. Tricampeão da São Silvestre e bicampeão da Maratona de Nova Iorque, o maratonista Marilson Gomes dos Santos, com 38 anos, continua sendo o maior campeão nacional e a principal aposta brasileira. No ano passado, Marilson terminou em quinto lugar.

Este ano, o etíope Dawit Admasu (foto abaixo), de 20 anos, voltará ao Brasil para buscar o bicampeonato da São Silvestre. O vencedor de 2014 retorna mais experiente e conhecendo melhor as características da corrida e do clima de São Paulo. Na temporada deste ano, o etíope foi quinto colocado na Meia Maratona Villa de Madri.

Dawit Admasu vence a São Silvestre de 2014
Foto: Paulo Pinto / Fotos Públicas

Já a atleta Ymer Ayalew, de 28 anos, também da Etiópia, virá atrás do terceiro título. Depois de vencer em 2008 e no ano passado (e em 2011 ser vice), ela foi a responsável pelo fim da hegemonia de seis anos das corredoras quenianas e chega como uma das grandes favoritas ao topo do pódio no dia 31. O fato de conhecer bem a prova é outro ponto positivo para a atleta.

 

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