Um feto de aproximadamente 30 semanas foi encontrado no banheiro da recepção do Hospital Esaú Matos, neste domingo, 22.
O feto foi encontrado por uma funcionária responsável pela higienização.
A polícia, juntamente com funcionários da unidade de saúde, conseguiu identificar a mãe. Ela foi detida e confessou o ilícito, sendo encaminhada para delegacia.
Casos assim não deveriam aparecer na seção “Polícia”, mas na de “Saúde pública”. Para além das questões morais, a pergunta que se deveria fazer é “Como realizou o aborto?”, e “Foi um aborto espontâneo? “, ou ainda “Qual é o estado de saúde da mulher em questão? “. A breve notícia veicula o fato, mas não informa se a mulher foi avaliada pelos médicos depois do ocorrido, nem por que estava no hospital. Ela é tratada como criminosa – o que se entende, já que a carta magna brasileira classifica o aborto como crime – e num momento em que a sociedade deveria dar apoio médico e psicológico à senhorita em questão, ela se torna caso de polícia.
São inúmeras as mulheres que realizam abortos clandestinos a cada ano. E a sociedade deveria se preocupar com as condições em que tais práticas são realizadas.
Nossa sociedade ainda tem muito a avançar. Lamentável.
Apoio Fabiana Amorim em seu comentário. Tem mais que uma mulher envolvida numa gravidez ou aborto, mas a todo momento vemos demonstrações de que a vida de uma mulher nada vale ou vale muito pouco. Mas as matérias “jornalísticas” são sempre parciais e não promove um debate honesto e aberto, como desta vez, apenas julga.