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NU ADÂMICO: Aprecio as artes. Gosto de cultura. Sou professor. Preservo princípios morais. Não sou moralista. Não sou caret

Por Aécio Ribeiro Filho

NU ADÂMICO

Aprecio as artes. Gosto de cultura. Sou professor. Preservo princípios morais. Não sou moralista. Não sou careta.

Sei discernir o que é arte, o que se faz em nome da arte, as implicações sócio-emocionais das exposições ao ridículo; sei discernir as motivações e os apelos que soam como um grito incômodo ou como uma violação ao pudor.

A nudez sempre fez parte da arte. Seja na pintura ou na escultura; seja na poesia, na música ou na dramaturgia. A nudez da arte é a que merece nome de “nudez adâmica”. É a nudez que não erotiza, porque o erótico é pornográfico, é o pornô não é arte.

A nudez artística é a nudez de todos e não a nudez de uns. Quando um artista pinta a nudez, ele interpreta a nudez de todos.

A nudez de todos não tem personificação, por isso o nu artístico na pintura ou na escultura não agride preceito moral.

Mas o que se tenta fazer na nudez de uns, em nome da arte, não é artístico. Quando um homem se expõe nu se permite ao protesto coletivo, posto que o coletivo não se vê no nu individual. O homem nu é um protesto, não arte, ainda que seja entregue num envelope artístico.

O agravo da exposição da nudez de um é a interação com crianças. Crianças já convivem com a nudez no Brasil, desde o carnaval às novelas. Mas a nudez exposta no museu violenta o pudor. É um protesto humano, não um objeto artístico.

E houve protestos, não menos legítimos, de quem se sentiu ofendido pela exposição da nudez de um, incapaz de interpretar a nudez de todos. Já que, como dito! a nudez que não interpreta o todo, o mundo, a vida, não é nudez adâmica. Não é nu artístico. Não é poético. Não é bonito. Não é arte.

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Aécio Ribeiro Filho

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