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Permuta do terreno do “Clube Social” por área que seria destinada a habitação popular ainda é polêmica no meio político

O bairro Vila América é o único de Vitória da Conquista adquirido integralmente pela administração municipal para realização de programas habitacionais. Após ser negociado pela administração do ex-prefeito Guilherme Menezes, o bairro foi loteado, ruas foram criadas, estabelecidas áreas institucionais e praças.

Hoje o Vila América é pivô de um negócio polêmico envolvendo a prefeitura, a Câmara de Vereadores e uma construtora local.

Desde que assumiu o Governo em 1º de janeiro de 2017, o prefeito Herzem Gusmão Pereira demonstrava fixação de transformar a área do antigo Clube Social, adquirida por uma construtora por aproximadamente R$4 milhões, numa grande praça. E naquela época o atual prefeito já tinha a solução para colocar em prática o seu desejo; realizar permuta utilizando uma área do bairro Vila América.

Durante todo o seu primeiro ano de gestão, Herzem Pereira mantinha seu discurso de troca de terrenos para transformar o antigo Clube numa grande praça, sempre sendo questionado sobre as vantagens que o município teria com a troca.

Em 20 de dezembro o “sonho” do prefeito se consumou. Sem questionamentos, a Câmara Municipal autorizou permutar 82 mil m², de lotes, ruas e áreas institucionais destinadas a programas habitacionais, por um terreno de 11 mil m². Como há uma diferença de valores entre os terrenos, a construtora teria que compensar com a construção de duas praças, duas alamedas e duas ruas. Obras que, segundo a publicação do Diário Oficial publicado no mesmo dia, serão realizadas com menos de R$ 3 milhões de reais.

Em 2016, o governo do PT tentou permutar de parte dessa mesma área localizada no Vila América por outro particular, que deveria ser destinada a preservação ambiental. Naquela época o legislativo rejeitou o Projeto de Lei, alegando se tratar de ano eleitoral.

A Administração Municipal e o legislativo sustentam que não há ilegalidade na permuta dos terrenos. Porém, a forma como foi tocado o processo levantou questionamentos no meio político e na imprensa local. Antes da votação desse PL, outro que trocava terreno pertencente ao município por cascalho, de propriedade do ex-vereador Libarino, foi aprovado sem quaisquer esclarecimentos em plenária.

Durante a leitura e votação do Projeto de Lei que autorizava a permuta do terreno do bairro Vila América, o presidente da casa apenas informou o número da lei e que se tratava da permuta de um terreno. Quem ouvia a transmissão ou acompanhava pessoalmente a votação não conseguiu compreender qual era o tipo de permuta e quais áreas envolviam o PL. Mesmo assim, nenhum vereador pediu qualquer esclarecimento, demonstrando total ou nenhum conhecimento do PL que foi aprovado sem obstáculos, no mesmo instante que o prefeito, em um luxuoso hotel, fazia “seletiva” – pois escolheu a dedo os convidados e, por conseguinte, aqueles que fariam questionamentos.

Agora para ser sacramentado a polêmica permuta, o prefeito e a construtora devem assinar o documento concretizando o negócio.

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