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Milhares de pessoas protestam contra ato neonazista em Washington

Milhares de manifestantes se reuniram em uma praça no centro de Washington neste domingo (12) para protestar contra a chegada de supremacistas brancos à capital dos Estados Unidos no primeiro aniversário da sangrenta passeata de neonazistas de Charlottesville, na Virgínia.
Diversos grupos de manifestantes se reuniram no centro da cidade com palavras de ordem e cartazes com mensagens de rejeição ao racismo, à xenofobia e ao fascismo para evitar que se repitam fatos trágicos como os
vividos em agosto de 2017. Famílias com crianças, pessoas comprometidas contra os discursos de ódio,
ativistas negros, antifascistas e socialistas são alguns dos personagens que podem
ser vistos na Freedom Plaza, situada a 700 metros da Casa Branca.
Várias pessoas se concentraram na praça para ganhar em número e combater o discurso de ódio dos neonazistas, que horas depois chegarão à capital. Entre os manifestantes se encontra Amanda Trebach, integrante da organização Internacional Socialista e enfermeira. Segundo ela, os neonazistas precisam ser confrontados em número nas ruas para que vejam que não têm uma mensagem majoritária.
“Acho que o presidente [Donald Trump] está reforçando a mensagem dos nazistas porque apoia muitas das suas ideias, porque não condenou os grupos que chegam hoje à cidade. Ele os empoderou”, enfatizou a ativista, ao explicar que as ações físicas contra xenófobos não são a melhor solução. Ian, um jovem antifascista que cobre o rosto com um lenço colorido, explicou que decidiu viajar de Baltimore, no estado de Maryland, para mostrar que
existe uma oposição ativa aos neonazistas.
“O que me importa é que o fascismo não consiga legitimar o supremacismo branco, temos várias estratégias”, disse Ian, ao ser perguntado se a violência é uma alternativa para combater os supremacistas.
Esses protestos buscam repudiar a manifestação “Unir a Direita”, convocada pelas mesmas pessoas que convocaram ato similar em Charlottesville há um ano.
Os contramanifestantes chegaram com a premissa de não coincidirem em tempo e lugar com os neonazistas para evitarem as situações de violência que ocorreram em 2017, mas o alerta de segurança é máxima na capital, em parte
porque o lugar no qual as duas concentrações convergem é o Parque Lafayette, em frente à Casa Branca.
Os protestos em Charlottesville, símbolos da tensão racial, ocorreram há um ano, quando supremacistas brancos percorreram a cidade em protesto contra a retirada da estátua de um general escravista da guerra civil dos EUA.
Um manifestante neonazista usou um veículo para atropelar uma multidão que participava de um protesto anti-racismo. Uma mulher morreu e 19 pessoas ficaram feridas. Além disso, dois policiais morreram em um acidente
de helicóptero quando tentavam apaziguar os protestos.

*Agência EFE

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