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Cidade Verde pode deixar lote emergencial em 31 de maio; Prefeito foi comunicado dia 3 de abril

Se a população que deixará de ser atendida por cinco linhas do transporte coletivo está reclamando, imagine quando a empresa entregar as demais do lote emergencial abandonado pela Viação Vitória.

Segundo apurou o BConquista, a Secretária de Mobilidade e o Prefeito foram comunicados pela Cidade Verde, por meio de carta, no dia 03 de abril, sobre a devolução das linhas emergenciais no dia 31 de maio.

O anuncio desta quinta-feira (11), da retirada dos ônibus de cinco linhas, é um claro e real anúncio sobre a intenção da empresa, que deve ‘bater em retirada’ (pelo menos do lote abandonado pela Vitória).

Desde o comunicado feito pela Cidade Verde, no dia 03, o Prefeito Herzem Gusmão Pereira não teria tomado medidas para evitar o avanço da crise no transporte. Certamente ele aposta fichas no transporte clandestino, o ‘VLT tupiniquim’.

A decisão da Cidade Verde estaria baseada no não cumprimento de um suposto acordo feito entre a Prefeitura e a empresa. Prova disso é que, até o momento, não foi assinado contrato para operacionalizar o ‘lote emergencial’. E a Prefeitura parece que não fez questão que existisse o indispensável contrato.

Uma das condições supostamente acertadas entre o prefeito e a empresa, seria a devolução dos passageiros ao sistema. A gestão anterior deixou o sistema com aproximadamente 1,7 milhões de passageiros/mês. Desde que Pereira Gusmão assumiu, esse número caiu e hoje se aproxima de 1 milhão. São mais de 600 mil passageiros a menos. Caso esses usuários retornassem ao sistema, o valor da passagem não seria superior a R$ 3,30 – valor antes do último reajuste. Porém, o alcaide conquistense optou em aumentar a tarifa, isentar o ISS – Imposto Sobre Serviços pago pela Cidade Verde, como forma de amortizar os prejuízos acumulados nos últimos dois anos.

Uma simples conta demonstra que a isenção do ISS foi insuficiente para tapar o rombo causado pela condescendência com o ‘VLT tupiniquim’ e menosprezo com a população que mais necessita do transporte coletivo público – aqueles com direito a gratuidade ou meia passagem. A redução de 600 mil passageiros por mês significa uma receita negativa superior a R$ 2,2 milhões. Ainda com a retirada do ISS, os prejuízos para o transporte coletivo superam R$ 1,9 milhões/mês.

Para agravar a situação, os funcionários que foram contratados recentemente pela cidade verde estão a um passo de assinar a carta de demissão. Serão, pelo menos, trezentas pessoas na rua.

Em nota, a Prefeitura alegou “que a possível suspensão das cinco linhas do Lote Emergencial operadas pela Cidade Verde, é uma medida unilateral, ou seja, não tem qualquer tipo de aprovação ou autorização do município. A Semob acrescenta que vai adotar todas as medidas cabíveis para que o serviço seja mantido nas regiões onde estão sendo divulgadas a suspensão dessas cinco linhas”.

Ao solicitar a posição da Prefeitura, o BConquista questionou se a empresa informou a devolução das linhas emergenciais. Entretanto, a nota não faz nenhuma referência ao questionamento.

E tem como resolver o problema?

É improvável que o Prefeito consiga reverter o caos que ele mesmo potencializou. Não basta ter peito, coragem e caneta Bic. Ele terá que trair os proprietários de vans, com quem firmou compromisso de regulamentar o transporte alternativo nos primeiros dias de Governo, e estancar a metástase da clandestinidade.

O transporte coletivo agoniza e a infecção generalizada, ignorada pela gestão de Pereira Gusmão, já mostra que o fim de linha é logo ali.

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