Saúde

Ações de combate a Hanseníase marcaram as atividades do IntegraDTNS em Anagé

Uma parceria entre a Secretaria de Municipal de Anagé e o projeto IntegraDTNs possibilitou a realização da primeira campanha de combate a Hanseníase na cidade entre os dias 01 e 06 de julho. A mobilização aconteceu nas unidades de saúde da zona urbana com o atendimento de moradores da sede e zona rural.

Durante a campanha foram avaliadas pessoas com manchas suspeitas, em tratamento e com reação hansênica. Para ajudar no diagnóstico de novos casos e capacitação em serviço, o projeto IntegraDTNs convidou a médica e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Maria Leide Wan Del Rey e o médico e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Alberto Novais Ramos Jr., ambos pesquisadores do projeto.

Durante a campanha, equipe de saúde local, estudantes, professores e os médicos convidados avaliaram casos como o de C.V.S (45) que foi convidada a participar da campanha por dois motivos, uma mancha na pele e por ser contato de uma pessoa que teve hanseníase. “Eu cuidei da minha mãe há 8 anos atrás, mas ninguém me examinou, me disseram que não tinha perigo de ter. Agora tem seis meses que esta mancha apareceu, fui no posto e não identificaram. Felizmente agora vou poder tratar e assim como minha mãe curou eu também vou ficar curada”, contou C.V.S.

Discussão do caso com o médico e professor Alberto Novais

Para chegar a histórias como estas, o projeto iniciou as atividades há três meses em Anagé. Segundo a professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e coordenadora do projeto, Eliana Amorim as ações só acontecem por meio de parcerias, “para que o projeto aconteça é essencial a participação dos municípios e se esta ação foi um sucesso é porque contamos com todo apoio da Prefeitura Municipal de Anagé por meio do gestor e da equipe técnica da Secretaria de Saúde que nos ofereceu todo apoio logístico para que estivéssemos aqui fazendo este trabalho, que é só um início das atividades do projeto”, ressaltou Eliana.

Maria Leide e Eliana Amorim

Além de identificar seis casos novos da doença, a equipe também avaliou pacientes em tratamento como S.S.S (80) que vem usando a medicação desde novembro de 2018, ele conta que a hanseníase não lhe impediu de continuar o seu trabalho na roça. “Eu capino, planto, trato e colho o feijão”, comentou S.S.S que conta com os cuidados de sua filha durante o seu tratamento.

Para o atendimento da população, Anagé conta com uma estrutura de 10 unidades de saúde, sendo três na zona urbana e sete na zona rural. “Nós temos 100% de cobertura do Programa de Saúde da Família, mas ainda temos muitos desafios, principalmente com a Hanseníase, que nos inquieta muito. A parceria com UFBA por meio do IntegraDTNs está sendo fundamental para traçamos um novo desenho para o atendimento das pessoas com hanseníase e também doença de Chagas”, salientou a coordenadora da Atenção Básica Aline Almeida.

A médica Maria Leide trouxe toda sua experiência acumulada durante anos dedicada a causa da Hanseníase e compartilhou com os profissionais de Anagé e também de Tremedal. Ela parabenizou a equipe do município pelo trabalho que vem fazendo para prevenção e tratamento da doença, “a situação de Anagé não está fora de controle, nós não encontramos pessoas com incapacidades físicas grau 2 não diagnosticadas, os que tem grau 2 ou grau 1 já estão em tratamento. A gente observa que há uma mobilização dos profissionais de saúde no cuidado a esta doença. A experiência foi muito boa, agora é só continuar com esta mobilização”, observou Maria Leide.

Os participantes também puderam avaliar pacientes que tiveram alta como G. R.P (71) que descobriu que tinha hanseníase há 10 anos, “eu vi a mancha e eu mesma procurei o médico, fui pra Conquista. No início foi difícil, mas depois eu me acostumei e fiz o tratamento todinho durante um ano, aí deu certo”, relatou G.R.P .

A médica da Unidade de Saúde Francisco Xavier Ilana Seixas informou que atualmente, tem alguns casos suspeitos e um caso em tratamento e avaliou positivamente as ações do projeto: “essas atividades são muito importantes porque na busca ativa você acaba identificando casos que não estavam sendo percebidos e também é uma maneira de chamar atenção da população como um todo”.

O secretário de Saúde Gerald Saraiva também avalia como positiva a presença do IntegraDTNs em Anagé e aproveitou para agradecer o trabalho desenvolvido pela equipe: “Não é fácil está aqui no sertão, eu sei que o que estão fazendo pelo povo de Anagé vai muito além do juramento que vocês fizeram no dia das suas formaturas. Para nós é um orgulho tê-los aqui e poder contar com esta ajuda, muito obrigado”.

IntegraDTNS– iniciou suas atividades em 2018, tem duração de 24 meses, e conta pesquisadores e parceiros de várias instituições: Universidade Federal da Bahia (Campus de Vitória da Conquista), Universidade Federal do Ceará, Faculdade Santo Agostinho, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ministério da Saúde, Sesab, Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), Netherlands Leprosy Relief (NHR) e as prefeituras de:  Anagé, Barra do choça, Encruzilhada, Tremedal e Vitória da Conquista.

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