Cotidiano

Violência doméstica é maior contra mulheres que trabalham

O índice de violência contra mulheres que trabalham é praticamente o dobro do registrado em relação àquelas que não estão no mercado de trabalho. É o que aponta um estudo inédito do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, divulgado nesta segunda-feira.

Segundo a pesquisa, o empoderamento econômico da mulher, a partir do trabalho fora de casa e da diminuição das diferenças salariais, não é suficiente para superar a desigualdade de gênero, geradora de violência no país.

O estudo se baseou em dados do suplemento de vitimização da PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2009. Cerca de 1 milhão e 300 mil mulheres são agredidas no Brasil, por ano, segundo os dados do suplemento.

De acordo com o IPEA, o índice de violência doméstica foi de 52% entre as mulheres economicamente ativas e de cerca de 25% para aquelas que não trabalham. A pesquisa também mostrou que a probabilidade da mulher sofrer violência pelo marido ou companheiro é maior entre os casais que não habitam mais a mesma casa.

Uma das explicações para isso, dizem os autores do estudo, é que o aumento da participação feminina na renda familiar eleva o poder de barganha das mulheres, reduzindo as chances de sofrerem violência conjugal. No entanto, em muitos casos, essa presença no mercado de trabalho faz aumentar as tensões entre o casal, o que resulta em agressões e no fim da união.

Para Eleutéria Amora, coordenadora da Camtra, Casa da Mulher Trabalhadora no Rio, ONG que atua no combate à violência contra a mulher, faltam políticas públicas que considerem os efeitos danosos do machismo e do patriarcado no país.

O estudo do IPEA ressalta ainda que a violência doméstica traz impactos para o desenvolvimento do país, já que envolve perda de produtividade das vítimas, eventuais custos com tratamentos no sistema de saúde e menor participação da mulher no mercado de trabalho.Outro dado trazido pela pesquisa é quanto a crianças que vivem em lares onde há violência doméstica, as quais tem maior chance de desenvolver problemas comportamentais na primeira infância e, a partir da adolescência, se envolver em atividades criminosas.

*Agência Brasil

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