Pacientes relatam que chegaram de madrugada para tentar agendar consultas
Na manhã dessa sexta-feira (20), centenas de pessoas formaram uma enorme fila na tentativa agendar consultas na rede municipal de saúde. Na Central de Regulação de Procedimentos e Exames Especializados, localizada na Coronel Gugé – Centro de Vitória da Conquista, pode-se observar a fila que se estendeu até o final da rua.
Apesar de aguardarem desde o início da manhã, os pacientes ainda não tem a garantia do agendamentos das consultas e exames.
Segundo informações, o grande contingente de pessoas foi gerado devido a uma mudança no sistema, na qual a prefeitura não conseguiu importar os dados, impedindo o agendamento das consultas. Para normalizar a situação será necessário o recadastramento de toda a população.
O BConquista aguarda o posicionamento oficial da prefeitura sobre o problema.
Crise na saúde – No começo de setembro, a Santa Casa de Saúde reduziu os atendimentos de emergência, atendendo apenas os pacientes cuja classificação de risco seja amarela ou vermelha dentro do perfil institucional, e suspendeu a realização de cirurgias eletivas. A motivação seria pelo atraso do repasse de verba da prefeitura.
Outro problema que alerta para a situação da saúde no município, é a falta de medicamentos na Farmácia da Família. Cerca de 40 medicamentos estão em falta nas unidades do Bairro Brasil e Praça Vitor Brito, entre eles 15 são remédios controlados para pressão e diabete.
Cerca de 40 medicamentos estão em falta na Farmácia da Família, em Conquista
Há informações que alegam que o momento de crise na saúde de Conquista pode ter sido gerado pelo contingenciamento de 40% na verba do setor, determinado pelo Governo Bolsonaro, que era destinado ao município. O BConquista também solicitou posicionamento da prefeitura à respeito e aguarda resposta.
Debate no Congresso Federal – O deputado federal Jorge Solla (PT) levou a discussão sobre a “crise na saúde” de Conquista ao Congresso Federal. O deputado atribuiu os problemas à “gestão incompetente e desastrosa” do prefeito Herzem Gusmão (MDB). “Na saúde, a Santa Casa parou de atender porque a prefeitura não paga desde junho. Cirurgias eletivas estão suspensas em hospitais privados contratados. Em três anos eles não conseguiram fazer uma licitação para contratar uma empresa para coletar lixo hospitalar, e as unidades estão abarrotadas, guardando lixo, esperando que a prefeitura supere sua incompetência”, disse durante seu discurso na última quarta-feira(18).
