Opinião e Artigos Política

Aviso aos navegantes! 

Política é semelhante a nuvem: “você olha está de um jeito, aí você olha de novo e já mudou tudo.” Frase costumeira de Deusdete Dias, quando fala de política no programa Redação Brasil, que vai ao ar todos os dias, de segunda a sexta, às 7h00, pela Rádio Brasil FM. 

 

 

Fazer política “olhando para as nuvens” “é o que não pode ser”. 

Porque “navegar é preciso”, os povos antigos usavam as constelações e outros fenômenos astronômicos para orientação em longas viagens, pois não possuíam instrumentos tecnológicos como os atuais. 

Já na política, alguns fazem das “nuvens” que, carregadas pelos ventos, mudam o tempo todo, suas referências de orientação. E a comparação com a astronomia (ciência) se justifica porque, para a maioria dos políticos,  o “método” (toma lá dá cá!) tem demonstrado resultados. Explico: “nuvens” pode significar para este texto tendências, acordos, dividendos políticos, não significando, necessariamente, algo ilegal. Mas, quase sempre tem objetivo de promoção pessoal, privilégios, do uso de algum bem, função ou cargo público como trampolim político. 

Então, quando se sabe de mudanças políticas extremas como algumas ocorridas na política da capital do Sudoeste da Bahia, fique atento. “…Pode ter alguma coisa errada que não está certa”, como dizem certos comunicadores quando comentam fatos pitorescos da política. 

Assistimos à criação de uma “terceira bancada” na Câmara de Vitória da Conquista, cujo argumento inspirador, traz a ideia de ser um grupo de vereadores defensores da cidade. Exclusivismo? Talvez! Muitos da situação não gostaram, e também da oposição. Para piorar a complexidade da “nuvem” que se montou nos céus da política conquistense, a Prefeita Ana Sheila deu uma “tacada de mestre” (teoricamente) chamando Estrela (da nova constelação, digo, bancada) para compor a liderança do governo na Câmara. 

Esse grupo que viria a ser a maioria na Câmara, passaria, então, a ter o poder de decisão nas votações do legislativo. Mas, tudo isso ainda está sendo digerido por todas as partes, e ajustes decorrentes disso virão. 

O grande problema é que essa “técnica”, de observar as nuvens para agir na política nunca fica totalmente transparente para o povo. Que só tende a pensar, usando o senso comum, que na política “é assim mesmo”. 

Uma coisa é certa: quem fica observando as nuvens, às vezes vê o que não existe e isso custa caro. Pois política não é como uma ciência em que se pressupõe exatidão, cujos resultados são previstos. Não há uma técnica específica de navegação na política. Às vezes “o tiro sai pela culatra”. 

Outra certeza em política é que, mesmo para um bem-intencionado e possuidor de boa-fé, o dilema entre agir com o propósito nobre de fazer o que é melhor para o povo e articular-se para não ser engolido pelo sistema, atropelado pelos opositores ou ser alvo de “fogo amigo”, sempre surge. E é nesse momento que o instinto de sobrevivência faz a visão de muitos obscurecer-se. 

Então, sabe-se que todo cuidado é pouco para não se perder na jornada.

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