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Opinião: Pão e circo – Prefeito almoça com garis no mesmo dia que nega reajuste salarial

Por Frarlei Nascimento

O Prefeito de Vitória da Conquista parece estudar devotadamente a política adotada no Império Romano e tentar a todo custo aplicá-la.
O almoço oferecido em comemoração aos garis parece a versão moderna do “pão e circo”. No mesmo dia que Pereira declarou “Eu tenho admiração pelos garis e, como existe em Aracaju, queremos edificar um monumento aos garis pelo esforço, pela dedicação, pela contribuição que estão dando à cidade de Vitória da Conquista. Assim eu só tenho que agradecer”, ele negou o reajuste.
E que agradecimento os servidores municipais receberam. “Zero” reajuste; com um sorriso irônico, assim teria dito um dos prepostos do executivo, disse um dos sindicalistas envolvidos na negociação.
Pereira se acovardou e não foi dizer pessoalmente,“olho no olho”, que não corrigirá as distorções salariais geradas pela inflação do último ano. Tal atitude provavelmente fomentou os gritos “prefeito fujão”, durante a assembleia da categoria na Câmara de Vereadores, na manhã dessa terça, 16.
E o problema não está só no diálogo com os servidores. Um documento apresentado aos hippies expulsos da Praça 9 de Novembro diz: “em cumprimento à determinação da 11a Promotoria de Justiça de Vitória da Conquista”. A escrita no documento demonstra a tentativa da administração de se esconder atrás do MP. Afinal, a Justiça é que tem o poder de determinar.


Ainda temos situações beirando o caos e aumentando a pressão: paralisação do transporte coletivo, denúncias de nepotismo, excesso de funcionários nomeados, salários questionáveis dos cargos políticos, crise na saúde, transporte escolar definhando.
A mudança precisava chegar, mas não num retrocesso descomunal. A mudança está atingindo até os mortos. Nem Pereira, nem seus secretários sabem como resolver o problema da falta de sepulturas no Cemitério.

Em dez anos de oposição ele não idealizou um plano de Governo para atuar emergencialmente em situações como essas?
Será que Pereira acreditava que palavras e frases de efeito, como costumava fazer no rádio, ou cercear o direito de expressão de jornalistas, como foi denunciado em Brasília, resolveriam os problemas da cidade.
Como Pereira parece flertar com modelo  imperialista romano de governar, todo cuidado é pouco.
Para acalmar a população as autoridades romanas promoviam eventos nas arenas. No mesmo local onde havia apresentação de palhaços, acrobacias e corridas de cavalos, pessoas eram lançadas aos animais ferozes.
Pereira quer construir o monumento aos garis, mas, quais dos infelizes que receberam o beijo da traição serão lançados aos leões?

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