Melhoria da rede móvel deve possibilitar também a redução do tempo de atendimento e dos custos operacionais, com assistência remota em comunidades que não têm acesso a médicos
O Hospital Mater Dei Salvador, que está sendo construído na capital baiana, deve começar a funcionar no início do ano que vem. Com a chegada do 5G no Brasil, a unidade que promete ser referência em tecnologia na saúde já prevê a realização de procedimentos cirúrgicos remotos. A telemedicina é uma especialidade médica que oferece serviços a distância para o cuidado com a saúde, realidade que deve se tornar cada vez mais comum com a implantação da nova tecnologia, que pode ser até 20 vezes mais rápida que as redes atuais.
Para o deputado federal Alex Santana (PDT-BA), o 5G oferece perspectivas positivas para a medicina: “Soluções mais rápidas com relação a exames, hospitais, que tenham maior nível de tecnologia para resposta na área de saúde”, disse. De acordo com o parlamentar, a instalação do 5G deve facilitar que empresas do segmento da telemedicina se instalem no interior, se conectando com cidades-pólo para oferecer atendimento.
A telemedicina tem grande potencial de melhorar o atendimento em saúde no país, pois facilita os processos ao colocar um maior número de pessoas em contato com a saúde de forma on-line, conectadas a profissionais capacitados para esse tipo de assistência. A melhoria da rede móvel deve possibilitar a redução do tempo de atendimento e dos custos operacionais, com assistência a distância em comunidades que precisam, mas não têm acesso ao médico.
Com a tecnologia, é esperada uma verdadeira revolução na conectividade, como pontuou o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Nogueira Calvet. “Terá um impacto, creio eu, até muito maior para as empresas. Porque o 5G é uma tecnologia que vai permitir a comunicação não somente entre as pessoas, mas sobretudo, entre máquinas. É máquina conversando com máquina, é máquina conversando com a infraestrutura”, afirmou.
Além disso, o deputado Alex Santana destacou que os investimentos ocasionados pelo leilão das faixas de frequência consequentemente devem resultar também em ganhos diretos para a economia local. “A implantação da tecnologia 5G na Bahia deve gerar no nosso entendimento vagas de emprego, muitas aberturas de postos de trabalho. Irá facilitar que empresas se instalem nas cidades e nos interiores criando novas oportunidades.”
A nova tecnologia de transmissão ainda vai demandar das empresas de telefonia investimentos em equipamentos para que o sinal chegue em todo o país. O planejamento do Governo Federal é alcançar todas as capitais brasileiras até meados de 2022 e o país inteiro até 2028.
Leilão de frequências
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) marcou para 4 de novembro o leilão das faixas de frequência do 5G no Brasil, que deve movimentar R$ 49,7 bilhões. Desse total, R$ 10,6 bilhões devem ser desembolsados pelas empresas vencedoras para pagamento das outorgas (direito de explorar comercialmente o 5G). Esse valor irá para o caixa do governo, se todos os lotes ofertados forem arrematados. E outros R$ 39,1 bilhões terão que ser investidos pelas empresas vencedoras para cumprir as contrapartidas, ou seja, as exigências previstas no edital.
No leilão, serão ofertadas quatro faixas de frequência: 700 MHz; 2,3 GHz; 26 GHz; e 3,5 GHz. A faixa de 3,5 GHz é a que desperta mais interesse das empresas de telefonia, por exigir menos investimentos para a implantação da tecnologia.
O edital prevê, para cada uma das quatro faixas, exigências que terão que ser cumpridas pelas empresas vencedoras do leilão, como disponibilizar 5G nas capitais do país até julho de 2022, levar internet 4G para as rodovias e a construção de uma rede privativa de comunicação para a administração federal.