A Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia aprovou por unanimidade, na reunião ordinária desta semana, uma moção de repúdio ao cantor e vereador Igor Kannário pelo comportamento “agressivo e desrespeitoso” contra a policial militar Tainá Gomes na noite de domingo (21) na Micareta de Feira de Santana. “Você é só uma PFem. Eu sou mais autoridade do que você. Eu sou vereador. Me respeite, me respeite! Procure seu lugar”, disse o pagodeiro, alegando do trio que teria sido ofendido por criticar uma suposta agressão da PM a foliões.
Os deputados Marcelino Galo, Ângelo Almeida, Fátima Nunes, Luiza Maia, Fabíola Mansur, Augusto Castro e Ângela Sousa consideraram a atitude do político abusiva, de cunho autoritário e desrespeitosa à Polícia Militar, uma vez que incitaria o ódio e a violência contra a corporação. Outra moção de apoio e solidariedade a Policial Militar também foi aprovada.
O presidente do colegiado, deputado Marcelino Galo (PT), lamentou o episódio em Feira de Santana. “O cantor agiu de maneira extremamente desrespeitosa com a instituição e agressiva com a policial que cumpria o seu dever institucional, que trabalhava para garantir a segurança de todos aqueles que seguiam o seu próprio trio. Ele é vereador no exercício da vereança em Salvador, em Feira estava como cantor. Seu posicionamento foi extremamente desrespeitoso e autoritário”, refletiu.
A deputada Ângela Souza também condenou a atitude. “A policial foi agredida, desnecessariamente, pelo cantor, que estava ali como artista, e não como vereador. A atitude dele foi muito ruim. Ele tem que dar exemplo e respeitar as pessoas, as pessoas que estão trabalhando”, afirmou a parlamentar. A deputada Fabíola Mansur avaliou que o comportamento do artista estimula a violência institucional. “Foi um ato explicito de abuso de poder, que incita a violência institucional. Não pode um vereador, que naquele ato estava como artista, ter essa postura. Lamentamos profundamente,” ponderou a deputada.
Racismo – Também na reunião da Comissão Direitos Humanos foi apresentada a acusação de racismo contra a administração do Salvador Trade Center. Acompanhado do ativista social Cristiano Santos, o gestor de projetos Márcio de Oliveira Desidério, de 43 anos, relatou aos deputados que fora abordado por dois policiais enquanto estava num café no empresarial, localizado na avenida Tancredo Neves. Ele contou que chegou a ser aconselhado por um investigador da 16ª Delegacia na Pituba a desistir da queixa. O colegiado encaminhou questionamentos ao Condomínio Salvador Trade Center, a 16ª Delegacia na Pituba e ao Ministério Público, que já acompanha a ação, solicitando esclarecimentos sobre o episódio, condenado pelos deputados.
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Assessoria de Imprensa