*Blog do Josias, Uol – Preso em Salvador, o ex-ministro Geddel Vieira Lima desembarcou em Brasília no início da madrugada desta terça-feira (4), pouco depois da meia-noite. Como previsto, chegou em avião da Polícia Federal. E foi levado para a superintendência do órgão —o mesmo local onde estava preso até o último sábado Rodrigo Rocha Loures, o ex-assessor de Michel Temer que ficou conhecido nacionalmente como “homem da mala”.
Investigado na operação Cui Bono, que esquadrinha desvios de verbas da Caixa Econômica Federal, Geddel foi detido por ordem do juiz federal Vallisney de Oliveira, de Brasília. Os investigadores o acusaram de atrapalhar as investigações, agindo para evitar que o doleiro Lúcio Funaro e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha fizessem acordos de delação. Em depoimento, Funaro contou que Geddel procurou várias vezes sua mulher.
Apontado como operador de negócios ilícitos de Cunha e outros peemedebistas, Lúcio Funaro disse estranhar alguns telefonemas que sua esposa recebia de Geddel. Neles, o amigo e ex-ministro de Michel Temer estava “sondando qual seria o ânimo” de Funaro para se tornar um colaborador da Justiça.
O juiz Vallisney considerou o fato “gravíssimo”. Levou em conta imagens de telas de celular fornecidas pelo doleiro. Exibem horários de ligações e mensagens enviadas pelo “carainho”, como Geddel era identificado no celular da mulher de Funaro. O juiz concordou com a conclusão dos investigadores de que Geddel continuava agindo para obstruir a elucidação dos crimes.
A prisão tem caráter preventivo, sem prazo para terminar. No seu despacho, o juiz realçou que Lúcio Funaro disse no depoimento que Geddel recebeu propina de cerca de R$ 20 milhões como contrapartida de negócios ilícitos efetuados na Caixa Econômica. O ex-ministro de Temer nega a acusação. Sua defesa considerou a prisão desnecessária.