Mais de 14,4 milhões de pessoas estão desempregadas no país, de acordo com o resultado da nova PNAD
No Dia do Trabalhador número de desempregados bate recorde no Brasil: mais de 14,4 milhões de pessoas estão sem emprego formal no país, de acordo com o resultado da nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse resultado corresponde ao trimestre entre dezembro de 2020 e fevereiro deste ano e é o pior desempenho já registrado pela PNAD desde o começo da série histórica em 2012. O dado representa uma alta de 2,9% em relação ao trimestre anterior, ou seja, mais 400 mil pessoas desempregadas.
“Estamos atingindo neste trimestre uma população desocupada de 14,4 milhões de pessoas. É o maior contingente pressionando o mercado de trabalho. Isso mostra que as atividades não estão absorvendo os trabalhadores nesse trimestre. Muitas delas, inclusive, estão em um processo já indicando dispensa de trabalhadores”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
Empreendedorismo para vencer o desemprego
Apesar do resultado ruim, a pesquisa revela um ponto positivo: o contínuo crescimento do empreendedorismo, que já tem sido observado nas divulgações anteriores. Isso reforça a importância de o trabalhador agir por conta própria para garantir sua renda sem a necessidade de estar em um emprego formal. A pesquisa aponta que mais de 716 mil pessoas conseguiram se manter no mercado de trabalho de forma independente, se tornado empreendedores – e esse dado foi o da única categoria de trabalhadores que cresceu da última pesquisa para esta.
Isso quer dizer que mesmo diante de uma das maiores crises econômicas a assolar o país, o povo brasileiro se mostra criativo e pronto para enfrentar as adversidades, superando os desafios existentes na falta de empregos com carteira assinada para conquistar novas formas de ganhar dinheiro.
Um desses exemplos de superação é a história da Layanne Araujo, que tem 29 anos e mora em Samambaia, no Distrito Federal. Durante quatro anos a jovem trabalhou em uma associação na área de hotelaria, mas com a chegada da pandemia, Layanne foi demitida.
Entretanto, o que poderia ser o início de um período dramático, se transformou em combustível para começar no empreendedorismo com sua própria loja de roupas. No começo, as peças eram vendidas apenas pela internet, mas a ajuda da família mudou esse cenário.
“Era um momento em que ninguém sabia o que poderia vir pela frente, e resolvi arriscar com um capital pequeno, pois estava insegura, mas crente que poderia dar certo. Foi quando a minha sogra, que mora em uma casa grande, me deu a oportunidade de montar minha lojinha em um espaço físico. Minhas clientes começaram a surgir e as pessoas conheceram meu trabalho”, contou a empresária.
Empreendedorismo cresce na luta contra o desemprego
E se engana quem acredita que essa é uma história isolada, pois em 2020 as micro e pequenas empresas tiveram um crescimento de 19% no número de pedidos de marcas junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Para efeitos de comparação é importante saber que em 2019, foram feitos ao INPI 254 mil pedidos.
Desse universo, cerca de 106 mil eram microempreendedores individuais (MEI), micro e pequenas empresas. Já em 2020, o Instituto teve 275 mil pedidos de marcas, sendo 126 mil relativos aos pequenos negócios. Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Quem tem direito ao Seguro-Desemprego
Caso você seja um trabalhador com carteira assinada que acabou de ser demitido, é possível requisitar o Seguro-Desemprego. Esse é um dos benefícios da Seguridade Social com finalidade de garantir assistência financeira temporária ao trabalhador dispensado involuntariamente (sem justa causa).
- Estiver desempregado, quando do requerimento do benefício;
- Não possuir renda própria para o seu sustento e de sua família;
- Não estiver recebendo benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto pensão por morte ou auxílio-acidente.
- Ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física equiparada à jurídica (inscrita no CEI) relativos a: pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18 (dezoito) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da primeira solicitação; pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da segunda solicitação; e cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando das demais solicitações;
Mais informações sobre quando requerer o benefício, onde requerer, como requerer, quais são as condições para receber o Seguro-Desemprego podem ser acessadas aqui.
1º de Maio e o Dia do Trabalhador
Uma curiosidade a respeito desta data, é que ela não é comemorada apenas no Brasil – e para falar a verdade, não tem a haver com uma ação realizada por aqui. Nesta data, em 1886, trabalhadores dos Estados Unidos realizaram uma enorme greve reivindicando melhores condições e, principalmente, redução na jornada de trabalho. O movimento foi tão bem-sucedido que a partir de então, diversos países por vários continentes adotaram a data como forma de homenagear seus trabalhadores.
No Brasil, a história foi similar, mas demorou alguns anos para a data ser oficializada pela República. Em 1917, São Paulo foi marcado por uma das maiores greves já registrada no país e durante alguns anos o movimento de trabalhadores atuou por melhorias nas questões trabalhistas. Então, a partir de 1925 foi decretado feriado nacional pelo presidente Arthur Bernardes.