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Peculato cometido por ex-vereadores de Vitória da Conquista será apreciado e julgado na Justiça

Leia a tanscrição do comentário do jornalista Paulo Nunes

Meus caros e minhas caras do canal do Paulo Nunes, mais uma vez um grande agradecimento pelo apoio que tem nos dado para essa sequência da nossa luta nesse canal, para torná-lo cada vez mais visualizado pela maioria que nós desejamos. 

Vamos falar exatamente agora sobre peculato. Infelizmente algo acontecido na Câmara de vereadores de Vitória da Conquista. Mas antes de qualquer coisa, eu quero que você olhe nesse vídeo e lá está escrito assim, inscreva-se em vermelho, clica ali, por gentileza, e aí nós já começamos a nossa campanha dos 700 inscritos. 

Podem ter certeza de que esse é o maior prestígio que eu considero ter com essa atenção de todos os senhores e senhoras inscritas no meu canal. E peço mais uma vez… eu tenho alguns amigos aqui que compartilham o nosso vídeo e pedem também aos seus amigos que se inscrevam. É um pedido que eu vou fazer reiteradas vezes, porque eu vejo algumas pessoas que tem canal no YouTube com 700000 inscritos, 1000000 de inscritos e eles sempre pedem que se inscrevam no canal. Imagine nós que estamos buscando apenas 700 inscritos, que já nos honra muito. 

Bom. A Câmara de vereadores de Vitória da Conquista teve nos anos 90 um escândalo gigantesco, que demonstrou que o erário é algo a se cuidar. E, organizado pelo PCdoB, estava ali à frente – eu me lembro como hoje – o nosso querido professor da Uesb, Elias Dourado, Lígia (da caixa econômica), Vivalda (do movimento das mulheres) e todo o estudantado de Vitória da Conquista. 

Fundamentalmente, a Juventude buscando por justiça, porque a Câmara de vereadores de Vitória da Conquista, àquela época, protagonizava um grande escândalo, ou seja, o uso da verba pública em benefício pessoal. 

O nosso jornal à época tem a foto histórica da multidão que simplesmente ficou à frente da Câmara de vereadores exigindo a renúncia da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores e foi conseguido. 

Ocorre que houve alguns protestos que, de certa forma foram exagerados, alguns vereadores tiveram que sair pelas portas do fundo e aqueles que tentaram sair pela frente receberam ovos na cabeça e por aí afora. 

Claro que nós não concordamos com protestos dessa natureza, que visem humilhar as pessoas, ainda que sejam eles meliantes, delinquentes, tanto ricos como os pobres, nós, que somos defensores do não linchamento de alguém pobre, que esteja furtando ali ou acolá. Como muita gente comemora, espancamento de pessoas que está roubando uma coisa numa loja ou numa feira. Pancada da polícia, inclusive, mas quando se trata de pessoas ricas ou poderosas o verbo mudado, a palavra é modificada. Por isso que você, a depender da situação, você é paciente, você é transeunte, não é? Você é usuário? Não é assim que as coisas funcionam? Você é permitente. 

No caso específico da língua portuguesa que tem verbetes a torto e a direito, a questão do roubo, o furto. Não é? Existe aquela diferença natural: roubo ele é quando é aplicado com violência ou furto, quando ele é leve, ou seja, mão de seda. Aquele cidadão que, como alguns amigos que gostam de fazer esse tipo de brincadeira; ele vai lá e tira o seu celular, tira sua caneta e você nem percebe, é chamado mão de seda. E mão de seda era um ladrão conhecido de Vitória da Conquista que ele não precisava bater em ninguém para levar alguma coisa. 

Bom, mas aí. É… o que que acontece com a coisa, quando você retira algo, seja ele valor monetário ou objeto de órgãos públicos? Isso muda de nome, não vira furto, não vira roubo. Ou, quando muito, é mudado para apropriação indébita, ou peculato? 

Eu quero dizer, antes de tudo, que o nosso compromisso é com Vitória da Conquista. Nós não temos compromisso pessoal com quem quer que seja. Nós jamais arriaremos nossa cabeça para qualquer poderoso. Seja prefeito, seja vereador, seja deputado, seja general, seja presidente da república, seja quem for. No entanto, nós sempre respeitaremos a liturgia do cargo de qualquer um. Esse é o lema, é o jeito de ser de Paulo Nunes. Mas, não irei acobertar absolutamente nada de errado contra Vitória da Conquista, que eu tenha conhecimento. 

Eu quero fazer essa justificativa para que as pessoas entendam que isso não se trata de disputa eleitoral, no meu caso. Tem pessoas que confundem a atuação do jornalista livre e independente, e capaz de abrir mão de qualquer patrocínio financeiro ao seu blog, ao seu canal, à sua rádio, ao seu jornal. Como sempre foi. Ninguém pode imaginar a mudança de comportamento, de opinião de Paulo Nunes em função de patrocínio financeiro. Por mim, podem cortar tudo. Eu tenho algumas habilidades que permitem que eu consiga sempre sobreviver. Não tem problema nenhum. O que eu não posso é, simplesmente para sobreviver, errar. E, ora, se eu não errei quando era novo, depois de velho não dá certo. Me lembro bem de um amigo que tenho que ele disse rapaz, eu nunca corri da polícia quando eu tinha 20 anos, vou correr com 70? Não vai dar certo. A polícia vai me pegar.  

Bom, então, fazendo esse trololó todo, o que eu quero dizer? Lá em 94 – e a cidade de Vitória da Conquista conhece através da história. Basta visitar o museu ou o arquivo municipal, que alguns jornais da época, inclusive o Jornal Hoje, está lá estampado, eu não sei se na primeira ou na segunda página, a fotografia da quantidade de pessoas na porta da Câmara de Vereadores exigindo que os vereadores da Mesa Diretora renunciassem. Eu não quero dizer que todos os membros da Mesa Diretora, estivesse envolvido em algum caso, mas houve um caso fantástico, que foi o caso de um carro particular de um vereador que foi consertado na empresa União Diesel. Eu não me lembro a moeda da época, não sei se já era real ou era Cruzeiro. Eu sei que o valor do conserto do carro foi 13000 e alguma coisa. 

Ocorre que essa nota fiscal estava em nome da Câmara de vereadores e já protocolada, empenhada para o pagamento, com tudo pronto, com aceite do primeiro secretário e do presidente da Câmara, para pagar a União Diesel esse conserto, de esse carro ser da Câmara de Vereadores. Ocorre que carro não era da Câmara de vereadores. Não era. E o vereador responsável por essa façanha também se manteve calado. Não quero aqui fazer julgamento de ninguém, mas o fato é que nós só descobrimos isso depois que os estudantes de Vitória da Conquista estiveram na Câmara de Vereadores fazendo uma pressão violenta. 

E o escritório do meu jornal era exatamente na mesma rua e eu vi tudo. Eu assisti absolutamente tudo. E aí, então, a Mesa Diretora renunciou. Não renunciaram aos mandatos, os vereadores, mas renunciaram aos cargos. Daí então o processo se seguiu e, mais adiante, a União Diesel disse que confundiu. E, ao invés, de colocar a nota fiscal em nome do vereador, colocou em nome da Câmara. 

Você que está me ouvindo aí, faça o seu julgamento. Se quiser maldar, malde; se quiser dizer que estava tudo bem, é problema seu. Eu estou relatando o fato. 

Bom, passado isso, Vitória da Conquista não se esqueceu porque a cidade ficava brincando, porque nessa nota fiscal foram especificados os objetos que foram trocados no carro. E inadvertidamente, na nota fiscal, tinha lá 2 volantes para uma Parati, que era o carro. E aí surgiu em Vitória da Conquista, a famosa brincadeira do carro de 2 volantes. 

Ninguém sabia se o cara em inglês ou se era da China. Como a China começou a fabricar carro agora, né? Naquele tempo, talvez um carro da China tivesse um volante no lado esquerdo e no lado direito.  

Bom, aí as coisas vão evoluindo. Se passam as coisas, todo mundo sabe que os processos judiciais foram abertos e todo mundo foi inocentado, não é? 

Mas Vitória da Conquista chega num momento em que um delegado de polícia se elege vereador. E seria mais do que natural que, a partir do momento que se tornou vereador e tomou conhecimento de que havia uma prática de peculato na Câmara de vereadores, teria que denunciá-lo. E fez assim. Trata-se do delegado Marcos Vinícius. A partir daí, a Câmara de vereadores teve essa provocação e teve que agir. O vereador Luís Carlos Dudé simplesmente colocou a coisa para andar, como deveria ter sido feito, e regulamentou a Corregedoria da Câmara, que estava lá em estado total de letargia. Ou seja, estava apenas criada para nada fazer. 

Está hoje a cargo da vereadora Viviane Sampaio. Que encaminhará, evidentemente, todos esses relatos, processo aberto, ao poder judiciário. Acredito que, nesse momento, justificar para a Câmara de Vereadores a não entrega dos objetos: celulares, notebooks, computadores que alguns vereadores, ex-vereadores levaram, como se fosse propriedade sua e como se fizesse parte do exercício do mandato. 

Eu recebi agora uma informação de que tem até televisão. Achei, o é… Para que que vereador… a Câmara ia comprar televisão, achei que não é, não é correto. 

Recebi também uma mensagem de um parente de um ex-vereador dizendo para mim: ”cite os nomes”. O problema não é com Paulo Nunes. Eu não tenho que citar nome de ninguém. Eu só posso citar nome de alguém quando o processo estiver na justiça e eu receber, simplesmente, a relação do poder judiciário para divulgar, aí não teria, não teria dificuldade nenhuma de divulgar.  Cada um que pague o preço pela sua vida. Então… Mas eu não tenho hoje o nome, se você me perguntar se você sabe de algum vereador que tenha cometido esse erro, eu não sei. 

Porque eu não conversei com a corregedora, não sei se ela pode falar. Eu não, não perguntei isso a vereador, algum. O fato é que é verdade. E, sendo verdade, tem que ser apurado e quem tiver que ser punido, será punido. O que eu quero dizer que é um crime de peculato. É um crime de pena leve? É. Porém, o crime moral para mim é muito maior. E o cidadão ter que responder um processo, onde a sua defesa seja praticamente impossível… Eu Acredito até que o advogado do diabo não consegue fazer uma defesa para absolver alguns desses que cometeram esse deslize. E serve também de exemplo, inclusive para os vereadores que ficam, para nunca mais corroborarem com atitudes como essa. 

A gente sabe que existe um código secreto entre militares, entre médicos, entre enfermeiros. Que significa o que? Sempre um apoiar o erro do outro. Por isso você vê, às vezes, quando um policial comete um assassinato. Eu não estou falando homicídio, eu estou dizendo assassinado. Ele sempre tem um companheiro para ajudar a mudar a cena do crime porque entende que o policial errou no exercício da profissão. É um código secreto que eles têm. No caso do médico, também é um código secreto. Dificilmente um médico acusa o outro de negligência médica que tenha levado a deformação de alguém ou a morte. Sempre são corporativistas e vão sempre se defender. Isso é verdade. A mesma coisa acontece com enfermeiros. Esse código existe. 

Entretanto, o código que tem o jornalista é simplesmente dizer o fato, podendo opinar, como é o meu caso. Eu sou um dos pouquíssimos jornalistas de Vitória da Conquista que opinam sobre alguma coisa. Agora, sempre opino com lastro. Então, sei que evidentemente, qualquer comentário que eu faça, pode doer. Que fazer? Então, eu não quero lembrar aqui o nosso querido Vilson Marcílio, que dizia, “se não quer que o seu nome seja divulgado, não deixe que o fato aconteça”. 

Mas eu quero dizer a todos aqueles que cometem esse tipo de delito, que foi a mesma coisa que eu fiz num dos meus comentários anteriores. Seguindo a receita do velho Antônio Carlos Magalhães, eu digo: palavras dele (abre aspas), respondendo a uma indagação de um correligionário, de porque ele não era condenado em nada do que fazia, e, segundo esse interlocutor, dizia que o ex-senador cometia erros. Então, o senador ACM disse (vou abrir as aspas corretas agora): “Você pode cometer todos os delitos possíveis. Porém, não seja pego”. 

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